Simpósios Temáticos aprovados

Seguem aqui listados os resumos dos STs aprovados para a XX Semana de História.  Lembramos que graduandos (em iniciação científica), pós-graduandos, pós-graduados e docentes estão convidados a apresentarem suas propostas de trabalho para os simpósios selecionados. As comunicações serão orais, com tempo médio de apresentação de 15-20 minutos, para todos os níveis de formação. Para submeter seu resumo, preencha o fomulário de inscrição neste link. São obrigatórios título, texto de até 500 caracteres e três palavras-chave, bem como a indicação de até dois STs de interesse. A seleção dos trabalhos é de inteira responsabilidade dos coordenadores dos STs.

ST 1 – Culturas políticas nas Américas: intelectuais e partidos, novos mundos e interpretações

Coordenadores: Prof. Me. Fred Maciel (Doutorando – Unesp/Franca)/ Prof. Me. Victor Augusto Ramos Missiato (Doutorando – Unesp/Franca)

Inserido na perspectiva da renovação da História Política, o conceito de cultura política permite compreender os comportamentos políticos no decorrer dos processos históricos, apresentando-se como um fenômeno de múltiplos parâmetros. Essa ferramenta presente na “Nova História Política”, com seus novos problemas, abordagens e objetos, trouxe consigo novas fontes e padrões de narrativa, interpretando a ação dos homens no campo do político, reconhecendo-se a pluralidade e a inserção da longa duração nos fenômenos que envolvem esses campos em particular. Nesse sentido, pensar a atuação e o papel de intelectuais e partidos políticos, enquanto atores sociais e redes de sociabilidade, inseridos nesse quadro de renovação, auxilia-nos a perceber esses novos mundos (re)criados com os também novos olhares sobre a política e o político. Diante de nosso enfoque, tal instrumento vem servindo de análise para se compreender os processos políticos nas Américas, onde as relações políticas historicamente foram e são conturbadas. Assim, o presente simpósio abrirá espaço para apresentações de trabalhos que explorem temáticas em torno das múltiplas culturas políticas presentes nas Américas, bem como análises dos intelectuais e partidos em referido cenário.

ST 2- Política Externa e Relações Internacionais do Brasil no “Longo” Século XIX

Coordenadores:  Prof. Me. Daniel Rei Coronato (Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas) / Prof. Me. Gilberto da Silva Guizelin (Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História da UNESP/Franca.)

Nas duas últimas décadas temos assistido a um crescimento quantitativo e, sobretudo, qualitativo da produção cientifica acerca da inserção internacional do Brasil e de sua política externa. Conquanto sejam predominantes os trabalhos formulados com base num recorte temporal mais presentista, isto é, baseados em questões contemporâneas ou encetados no estudo de questões transatas, porém, de rastros ainda recentes, é digno de nota a renovação dos estudos voltados para o mapeamento e a compreensão dos interesses e do posicionamento internacional do Brasil perante o mundo quer no final do período colonial, quer entre a conquista da independência e a consolidação do Estado nacional, quer na transição da Monarquia para a República. Posto isto, este simpósio temático tem por pretensão reunir pesquisadores cujos trabalhos versem sobre os aspectos da história das relações internacionais do nosso país no “longo século XIX brasileiro”. Principiado em 1808, data da transferência da família real portuguesa e do início do processo de interiorização da metrópole, o “longo século XIX brasileiro” estendeu-se, grosso modo, até 1930, quando se assiste a derrocada do regime oligárquico de traços inquestionavelmente oitocentistas. São bem vindas, destarte, comunicações que por meio de um enfoque interdisciplinar, próprio dos estudos em política externa, valorizem e problematizem a discussão em torno de pontos cardinais da agenda internacional do Brasil Joanino, do Brasil Império ou do Brasil do tempo da República Velha.

ST 3 – Imprensa nos séculos XIX e XX: linguagens políticas e construções identitárias

Coordenadores: Prof. Me. Carlos Antonio dos Reis (Doutorando –Unesp-Franca) / Prof. Me. Estevão de Melo Marcondes Luz (Doutorando –Unesp-Franca).

Temos por objetivo central, no presente simpósio temático, reunir pesquisadores de diferentes níveis (graduação e pós-graduação) cujos interesses se voltem para a utilização da imprensa periódica (jornais e revistas) como espaço privilegiado no processo de construção do saber histórico. Tanto como fonte, quanto como objeto, a imprensa tem se mostrado, já de longa data, fundamental para a compreensão dos mais diversos aspectos sociais, culturais e políticos dos últimos séculos, tanto em suas configurações e especificidades locais, regionais e nacionais, como internacionais. Os registros pelo periodismo possibilitam o escrutínio dos variados caracteres identitários a serem debatidos, de modo que propomos reunir trabalhos sobre as variadas relações que se estabelecem em diferentes tipos de periódicos (político-partidários, operários, de imigrantes de diferentes nacionalidades, de gênero, etc.), no intuito de perscrutar os tipos de linguagens políticas adotadas, bem como a ampla gama de identidades sociais construídas/negociadas em função das mesmas. O recorte temporal a ser adotado abarca, preferencialmente, os séculos XIX e XX.

ST 4 – Formas de se contar o passado

Coordenadores: Profa. Dra. Milena da Silveira Pereira (Bolsista de Pós-doutorado PNPD/CAPES) / Profa. Dra. Michelle Souza e Silva

A relação entre a história e as diversas linguagens que o homem utiliza para expressar as relações que mantém com o mundo circundante (literatura, música, cinema, religião, política, etc.) tem se tornado cada vez mais foco da atenção do historiador contemporâneo. Pensar as linguagens não apenas como meio de expressão da experiência humana, mas como objeto incontornável para entendermos a própria historicidade das formas de conhecimento e construção do passado, só se tornou possível a partir de uma redefinição dos rumos do conhecimento histórico. Este redimensionamento ampliou as possibilidades de se contar o passado e abriu o caminho para novas abordagens. Assim, a segunda edição deste simpósio pretende reunir trabalhos completos ou em estágio de elaboração que exploram essa relação entre o mundo e a linguagem e buscam entender como diferentes épocas registraram suas realidades.

ST 5 – Civilização e modernização no Brasil dos séculos XIX e XX

Coordenadores: Prof. Me. Renato Aurélio Mainente (Doutorando- UNESP/Franca) / Prof. Me. Vinicius Cranek Gagliardo (Doutorando- UNESP/Franca)

O objetivo desse simpósio temático é fomentar o debate em torno das ideias de civilização e modernização no Brasil dos séculos XIX e XX. O ideal de progresso nacional, desde o início do Oitocentos, motivou ações e projetos nas mais diversas esferas sociais e culturais – artes, letras, ciências, instituições –, produzindo impactos significativos na sociedade brasileira, seja pela circulação e difusão de padrões de conduta e de urbanidade por meio de periódicos, seja pela fundação e criação de instituições encarregadas de formar e educar a população. Tais projetos veicularam ideais específicos de civilização e modernização, inspirados, em grande parte, nos existentes no Velho Mundo. Tratava-se, assim, de construir em solo brasileiro novos modelos de subjetivação e normatização dos indivíduos, ou seja, de propagar novos valores de civilidade e modernidade que dessem conta de formar uma sociedade que se pretendia cada vez mais urbana. Dessa forma, este simpósio pretende abrir espaço à discussão dos mais variados projetos de civilização e modernização do Brasil, entre o início do século XIX e as primeiras décadas do século XX, enfatizando, inclusive, as contradições, resistências e tensões presentes nestes processos.

ST 6 – Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política, sociedade e cultura.

Coordenadoras: Professora Doutoranda em História Beatriz Carvalho dos Santos (UFJF) / Professora Doutoranda em História Daniela Rabelo Costa Ribeiro Paiva (UFRRJ).

Um dos principais pontos sublinhados pelas atuais perspectivas historiográficas diz que os impérios ibéricos na forma de ser da sua administração, governação e vivência sociocultural no ultramar reproduzem as estruturas que dão forma e conteúdo ao Antigo Regime nos seus respectivos reinos. Além disso, as pesquisas históricas recentes destacam a natureza pluricontinental e compósita dessas monarquias, sem deixar de levar em conta as particularidades da sociedade portuguesa e espanhola na Época Moderna. E ainda defendem que a ordem sinodal, corporativa e jurisdicional caracteriza, dá vida e dinâmica ao Antigo Regime ibérico. Nesse cenário, as mais diferentes expressões da cultura escrita ocuparam um papel de destaque, especialmente quando se mostravam afinadas a lógica sócio-política descrita. A luz dessas perspectivas historiográficas, o simpósio temático tem como objetivo oferecer um espaço de debate para as pesquisas que se dedicam ao estudo dos reinos ibéricos e das suas conquistas ultramarinas nos séculos XVI ao XVIII. Privilegiaremos aquelas pesquisas que abordam a cultura escrita e utilizam como fontes impressos produzidos na época, tais como relatos de viagem, combates, estradas régias e de festas, descrições, memoriais, tratados, diálogos, entre outros. E que também discutem a importância política, cultural e social desses impressos no Antigo Regime tanto para escritores e impressores quanto para as monarquias ibéricas. O simpósio temático é proposto pelo grupo de pesquisa homônimo certificado pelo CNPq.

ST 7 – A religiosidade e a conquista de outros mundos

Coordenadores: Prof. Me. Rafael Afonso Gonçalves (Doutorando – UNESP/Franca) / Profa. Me. Simone F. Gomes de Almeida (Doutoranda – UNESP/Franca).

Este simpósio temático tem como objetivo reunir pesquisas, já concluídas ou ainda em desenvolvimento, que abordem formas de apropriação de outros mundos a partir de discursos religiosos. Os “outros mundos” tratados aqui podem adquirir uma polissemia tão ampla quanto os objetivos de clérigos ou leigos piedosos que procuraram denotar a partir experiências diversas um sentido transcendental, cujo fim almejava uma relação com o divino. Seja através da conquista da América, da exploração da mão de obra africana e das riquezas da Ásia, ou até mesmo da forma como olhávamos para a terra e o céu, em busca dos melhores caminhos e das influências dos astros ou de uma vida além da morte, o discurso religioso procurou não apenas explicar a condição dos homens e mulheres, mas também modificar seu comportamento, arregimentar seus costumes, enfim, construir uma sociedade em acordo com preceitos considerados sagrados. Ao colocar tais temas no centro das discussões, este simpósio pretende examinar o papel da religiosidade para o entendimento ou mesmo para justificação de intervenções alhures que tanto contribuíram para a definição do mundo que lhes era próprio.

 

ST 8 – Autoritarismo, memória e resistência

Coordenadores: Prof. Me. Crhistophe Barros dos Santos Damázio (Doutorando em História – UNESP/Franca) /Prof. Me. Fabricio Trevisan (Doutorando em História – UNES/Franca)

Os regimes autoritários tem sido alvos de muitos estudos por parte dos historiadores, especialmente por aqueles dedicados aos estudos de História Política. Entretanto, com o advento da Nova História Política, que valoriza sobremaneira o diálogo com a História Social e a utilização de novas fontes para o estudo do político, os regimes autoritários tem chamado a atenção de estudiosos de outras vertentes. As formas de resistência contra o autoritarismo e a maneira como as mesmas ajudam a compor os espaços da memória individual e coletiva em determinado período tem sido alvo de interesse crescente no meio acadêmico. Nesses estudos, manifestações da literatura, imprensa e arte tem sido cada vez mais estudadas como mecanismos de resistência ao autoritarismo e onde, concomitantemente, representações da memória individual e/ou coletiva se manifestam. Além do autoritarismo político imposto por Golpes de Estado e regimes de exceção, entendemos que as lutas de grupos socialmente excluídos e discriminados contra o status quo também configuram formas de resistência contra o autoritarismo dos grupos socialmente dominantes. Acerca esse tipo de dominação, os estudos de Gênero, História Social e Cultural tem valorizado os espaços de memória onde esses grupos criam seus mecanismos de identificação e diferenciação, buscando o respeito da sociedade a essas diferenças e o reconhecimento de uma igualdade civil, jurídica e social. Devido a esse caráter multidisciplinar dos estudos referentes ao autoritarismo, neste simpósio são bem vindas análises sobre as variadas formas que indivíduos e grupos sociais encontraram para resistir às imposições dos regimes de exceção e dos grupos sociais dominantes e como tais formas ficaram registradas na memória individual e/ou coletiva.

ST 9 – Diálogos sobre historiografia e documentações materiais e/ou textuais da Antiguidade

Coordenadoras: Profa. Dra. Helena Amália Papa (Pesquisadora do G.LEIR – UNESP/Franca – Grupo do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano – CNPq) e Profa. Me. Natália Frazão José (Doutoranda em História – FAPESP, PPGH – FCHS – UNESP/Franca).

As investigações históricas que elegem a Antiguidade como suas protagonistas devem estar atentas às especificidades apontadas pela temporalidade histórica em questão. Os especialistas no estudo da História Antiga, os antiquistas, são aqueles que possuem a formação específica voltada para a análise das características peculiares da Antiguidade, temporalidade com particularidades sem analogias no pensamento e sociedades modernas e contemporâneas. Este simpósio temático tem por objetivo discutir historicamente as documentações materiais e/ou textuais da Antiguidade, bem como a história que está sendo produzida acerca das questões que envolvem esse contexto. Sendo assim, pesquisadores e estudantes da Antiguidade são convidados a apresentar trabalhos nas variadas dimensões que permitem a análise das sociedades antigas enquanto objeto de estudo histórico, a saber: religião, administração, legislação, organização política, filosofia, guerra, sexualidade, dentre outras. Tais estudos podem enfocar as documentações e/ou discutir e analisar problemáticas apontadas pela historiografia especializada. Nesse sentido, a fim de fomentar a discussão acerca da construção do conhecimento da Antiguidade serão aceitos trabalhos nas mais variadas fases de pesquisa.

 

ST 10 – Dimensões do viver em colônias:  mestiçagens culturais e religiosas no mundo ibérico (XV-XIX)

Coordenadores: Prof. Dr. Angelo Adriano Faria de Assis (Universidade Federal de Viçosa (UFV) / Prof. Dr. Gian Carlo de Melo Silva (Universidade Federal de Alagoas (UFAL) / Prof. Dr. Yllan de Mattos (Universidade Estadual Paulista (UNESP-Franca)

A sociedade colonial era, a um só tempo, assentada em hierarquias, privilégios, honras e apreços, mas também intimamente marcada por uma lógica comercial, monetária e igualmente religiosa, amiúde costurada pelo escravismo. Esta lógica comercial e escravocrata, no mínimo, flexibilizava as relações sociais, diferenciando, garantindo especificidade e tensionando a lógica do Antigo regime, sem, contudo, rompê-la. Assim, o cotidiano da colonização acabou imprimindo as diretrizes da ação da política metropolitana, em um esforço contínuo e aleatório de adaptação das regras à prática. A construção deste universo, reinventado como mundo colonial, é multifacetada, miscigenada e fragmentada, mas também – e por isso mesmo – estimulou as capacidades de invenção e reconstrução. Nesse sentido, o Simpósio Temático Dimensões do viver em colônias:  mestiçagens culturais e religiosas no mundo ibérico (XV-XIX) tem como objetivo analisar as relações entre norma, prática e costume nos mundos coloniais e metropolitanos ibéricos sob a ótica das misturas culturais e religiosas.

ST 11 – Caminhos e histórias do cativeiro no América Portuguesa (séculos XVI-XIX)

Coordenadora: Prof. Me. Ana Carolina de Carvalho Viotti (Doutoranda – UNESP/Franca)

A empresa escravista é, indubitavelmente, das mais presentes e duradouras de quase quatrocentos dos anos iniciais da história do Brasil. Não é, entretanto, uma empresa estática; ao contrário, sua dinâmica e adequabilidade aos diferentes momentos econômicos, políticos e sociais dos períodos colonial e imperial conferiram-lhe força para dar as cores de um complexo sistema de compra, venda e utilização de braços e almas negras nessas terras. Em vista disso, a proposta deste simpósio é discutir as múltiplas facetas concernentes ao negro escravizado na porção lusa da América: do transporte ao desembarque, do trabalho ao descanso, da alimentação, saúde e vestimentas à falta desses itens, do cativeiro às tentativas – efetivas ou não – de libertar-se, dos castigos aos ritos fúnebres que os envolviam, entre outros. Diante desse vasto leque de temas que se referem ao cotidiano do cativo no Brasil e das múltiplas abordagens a eles conferidas pela historiografia especializada, a presente proposta objetiva reunir pesquisadores com trabalhos em desenvolvimento ou recentemente concluídos.